Coronavírus: como terminam essas epidemias?
O comportamento evolutivo de um vírus
Um vírus “eficiente” não é aquele que mata seu hospedeiro rapidamente, mas aquele capaz de se relacionar com o organismo infectado para continuar se replicando. Como tem uma imensa capacidade de mutação, o vírus consegue saltar de uma espécie a outra, provocando sintomas graves no início. Depois da fase de adaptação, vai se tornando mais brando e permitindo nossa convivência com ele. Afinal, ele precisa transmitir seus genes adiante, não adianta matar todos os hospedeiros. Ou seja, o objetivo é se tornar menos letal para ser mais facilmente transmitido. Um grande exemplo dessa equação é o vírus da herpes: cerca de 90% da população mundial tem ao menos uma de suas variantes. A taxa de letalidade do Coronavírus, por exemplo, é de quase 2% - bem abaixo dos outros coronavírus que causaram surtos mundiais.
Como interromper este ciclo evolutivo?
Há basicamente três formas, segundo especialistas:
1) O vírus morre junto com a epidemia. Mas esta não é a forma mais viável porque, antes do vírus morrer, a epidemia pode dizimar uma população inteira;
2) Os pacientes infectados são isolados de pessoas saudáveis, evitando novos contágios. Foi o que aconteceu com o vírus da Sars, que simplesmente desapareceu depois de ser contido com medidas de bloqueio da transmissão;
3) O hospedeiro é imunizado. Quanto maior a circulação do vírus, mais as pessoas desenvolvem anticorpos e ficam imunes, enfraquecendo o parasita. Mas esse é um processo lento e gradual, que pode levar até anos, mesmo quando há a ideia de criar uma vacina. Para que uma vacina seja segura e eficaz, leva no mínimo de cinco a dez anos.
A solução
O melhor a fazer enquanto não há vacina ou cura, são ações coordenadas de vigilância epidemiológica e dos serviços de saúde para bloquear a contaminação e a transmissão. Com a disseminação controlada, a comunidade médica tem tempo para criar ou reforçar tratamentos que eliminem o vírus de vez.
Fonte: Medical Site
05 de Março de 2020